(junho/1931- agosto/2011) A pesquisa ufológica ferida pela perda de um dos seus pilares. Crédito: Arquivo Revista UFO
"Estou extremamente triste por anunciar que Budd Hopkins morreu neste 21 de agosto, às 13h35. Budd estava sob cuidados paliativos por cerca de três semanas, em sua casa em Nova York. A combinação de câncer e pneumonia o levou. Sua filha Grace Hopkins-Lisle e eu estávamos com ele quase continuamente durante estas últimas semanas. Budd não estava com qualquer dor durante o processo, recebeu os melhores cuidados possíveis e apoio amoroso daqueles mais próximos a ele. Hoje, gradualmente escapuliu, e simplesmente parou de respirar tranqüilamente. Partiu pacificamente e sem qualquer luta, com Grace, seu marido Andrew e eu ao seu lado. Obrigado a todos vocês por serem tão fortes defensores desse homem extraordinário, que contribuiu muito para nossas vidas, de tantas maneiras diferentes." -- Leslie Kean, consultora da Revista UFO e entrevistada de sua edição 180 [Veja O movimento global de abertura para a realidade ufológica precisa de ações firmes]
Desta forma nos deixou a figura central do fenômeno global da abdução. Quando começou a se envolver com este tema, após a observação pessoal de um disco voador em 1964, Budd Hopkins não imaginava o que viria pela frente. Artista plástico consagrado nos Estados Unidos e celebrado em Manhattan, era uma "pessoa normal" até então, como ele próprio se definia.
Mas depois do primeiro contato, sua vida foi gradativamente mudando e ele foi vislumbrando uma realidade imensamente maior do que tudo que imaginara. Iniciou então uma pesquisa séria, madura e coerente das inúmeras ocorrências que lhe chegavam às mãos. Um estudo minucioso que se tornou referência mundial no meio ufológico. Pouca gente, em todo o mundo, sabia mais sobre abduções do que este senhor.
"Havia casos que me fascinavam. Outros eram simplesmente aterradores", admitia o veterano ufólogo. Suas atividades neste setor foram crescendo e Hopkins, ainda um tanto inocente, sabia que havia algo bem mais profundo e derradeiro por trás dos milhões de casos de UFOs que eram noticiados naquela época. Mas o quê? Como descobrir o que significava tanta atividade extraterrestre em nosso planeta?
Foi em meio a estas indagações que Hopkins passou a analisar as abduções – aquelas situações em que gente de carne e osso é levada para bordo de UFOs, muitas vezes à força. Hoje, quase cinco décadas depois, tornou-se um dos autores mais lidos sobre o assunto em todo o mundo, com várias obras publicadas. Ao todo, trabalhou com mais de 2.000 abduzidos – um número espantoso –, e foi o pioneiro que praticamente erigiu a estrutura de informações que temos sobre o assunto na atualidade. É literalmente impossível se abordar o tema dos seqüestros por alienígenas sem citar Budd Hopkins.
Durante cerca de sete anos de sua investigação preliminar sobre o fenômeno da abdução, Hopkins não realizou sessões de hipnose. Em vez disso, garantiu a ajuda de profissionais licenciados. O ufólogo era conferencista requisitado mundialmente – só ao Brasil veio várias vezes e era amigo pessoal do editor da Revista UFO A. J. Gevaerd, assim como consultor da publicação há vários anos, dando enorme orgulho para Ufologia Brasileira por tê-lo em seu Conselho Editorial.
Sinônimo de investigação
"Budd era uma pessoa formidável e um pesquisador obstinado. O estudo das abduções possui duas épocas distintas: antes e depois de Budd Hopkins, sumidade insubstituível que enriqueceu a Ufologia através de suas pesquisas e, agora, entristeceu-a com sua partida inesperada. Como já disse em outras ocasiões, a Ufologia tem ficado órfã nestes últimos anos e é lastimável, pois não há substitutos nem comparações atuais entre estes pioneiros e as novas gerações de ufólogos", lamentou Gevaerd. "Um homem que desbravou um caminho inóspito nesta senda, deu formato à pesquisa das abduções e mostrou que esta interação entre "eles" e nós é imensamente mais profunda do que supúnhamos", completou.
Uma de suas obras, Intruders [Intrusos, Record, 1991], serviu de base para a criação de um longa-metragem de mesmo nome, surgido em 1992 e sucesso inquestionável, baseado em suas pesquisas. Na obra, Hopkins mostra como mulheres têm sido seqüestradas por ETs para terem seus óvulos recolhidos, inseminados e depois devolvidos aos seus úteros, num processo de engenharia genética para criação de uma raça híbrida.
Nos anos 80, Hopkins foi uma das pessoas mais proeminentes na Ufologia, ganhando um nível quase sem precedentes de atenção da mídia para a área. Escreveu vários livros populares sobre os abduzidos, o fenômeno Missing Time [Tempo Perdido] - com obra de mesmo nome publicada [Ballantine Books, 1988] - e foi o fundador da Fundação Intruders, uma organização sem fins lucrativos criada para documentar as abduções alienígenas, as pesquisas e prestar apoio aos abduzidos.
Além disso, o livro Witnessed [Testemunhado, Pocket Books, 1997] retrata um caso de abdução clássico ocorrido no final de 1989 perto da Ponte do Brooklyn, em Nova York. É único e um dos primeiros divulgados que envolveu vários abduzidos - que anteriormente não conheciam uns aos outros -, que acabam se conhecendo no mundo "real" através de uma variedade de circunstâncias relacionadas às suas abduções. Além disso, este caso envolveu seqüestros por gerações dentro da mesma família...
Acompanhe na íntegra uma das entrevistas que Hopkins que concedeu à UFO, no Portal da Ufologia Brasileira, link: http://www.ufo.com.br/noticias/o-mundo-perde-budd-hopkins
Fonte - Revista UFO